entre picote e lisboa, portugal

Posted on August 24, 2017

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[entre picote e lisboa, seis e cinquenta e quatro da tarde]

tufão em macau. é casa que nunca nos deixa, nem em vale de mira (bale de mira em mirandês) com uma estrada que tem pouco mais de cem metros e que hoje volta a ficar para trás. mas bale de mira vai seguir connosco até lisboa – macau também – enquanto percorremos outros templos destruídos. perto de lagoaça a terra é negra, árvores queimadas, copas cor cobre iluminam serenamente este dia de verão. 
seguimos até freixo de espada à cinta, terra de jorge álvares, mercador, navegador, dizem que o primeiro ocidental a chegar por mar à china. cá de cima volto a pensar em macau, enquanto os sinos tocam, enquanto essa torre que é sonora olha o cemitério circular e árvores alinhadas encaram a morte.
em barca de alva, ciprestes esguios procuram a altura; pela N221 escalhão e duas pessoas na rua; depois vilar torpim; finalmente almeida, terra dourada, cheiro a ginja, lá ao fundo uma nuvem negra a cobrir toda a guarda.
outros nomes: pínzio, benespera, gonçalo, ribeira da meimoa – “una musica brutal, melodia de dolor” – túnel da gardunha e por aí aviões a abastecer e a combater o fogo. lardosa, louriçal, alcains, ribeira da líria, sarzedas, retaxo, sarnadas, fratel e vermum.
rio moinhos é um bando de pássaros, a renovada esperança, depois um manto nobre, verde, as serras de aire e candeeiros. e o sol que chega até mim pela janela do carro.

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