de macau

Posted on August 29, 2020

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[macau, oito e vinte e seis da manhã]

num café, cinco homens fecham-se em círculo a orar, olhos sempre fechados, tronco curvado, numa deferência quase irreflectida, orgânica, e a palavra anda à roda, em inglês, enquanto eu bebo o meu café, cheese toast, grita a senhora lá em baixo, e eu desço rapidamente, para logo e com urgência regressar com o pequeno-almoço ao primeiro andar e à cerimónia improvisada, que nem a música nem o som da chuva conseguem perturbar, e lá estão eles, os homens prosseguem nesta espécie de desabafo, que ouço como se trespassasse um terreno que não é meu.

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